segunda-feira, 29 de junho de 2009

Para educar é preciso saber plantar!

Será que mudar o nome da tão famosa “catraca” vai melhorar o acesso às universidades federais? Deixar de utilizar o termo exame vestibular, para dar lugar ao exame nacional do ensino médio parece não ser a melhor opção.

Grandes mudanças para o ingresso nas universidades federais: antes, bastava que o candidato escolhesse a instituição e realizasse a prova de vestibular, de alto grau de dificuldade, por sinal, priorizando detalhes dos conteúdos abordados, exigindo conhecimento específico do aluno. Maneira essa, inclusive, muito criticada, já que privilegia aqueles que, geralmente, possuem berço, na maioria das vezes, recém-formados nos colégios particulares, com condições de arcar com as mensalidades da faculdade privada.

Assim, ao invés de estimular a melhoria no ensino público, fundamental e médio, para permitir que todos os candidatos também tenham chances de concorrer, de igual para igual, com os filhos dos burgueses, as autoridades responsáveis por garantir educação de qualidade para seu povo resolvem mudar, radicalmente, o mecanismo para ingresso nas universidades federais.

Agora é necessário que o candidato faça, antes de qualquer coisa, uma avaliação: o Exame Nacional de Ensino Médio. Depois, deve fazer uma lista com as cinco instituições, dentre todas em todo o país, e seus respectivos cursos que o interessam. Não importa se o aluno é do sudeste, estudante de escola particular e quer se candidatar a uma vaga para a federal lá do norte do país, tirando à possível vaga do aluno da própria região, que se preparou a vida inteira para realizar o vestibular e agora se depara com outro tipo de avaliação e pior, outros perfis de concorrente.

E alguém perguntou se os estudantes estavam de acordo? Se estavam preparados? Ah, mas a prova será mais conceitual, cobrará os raciocínios e habilidades do aluno para se alcançar os resultados, foi por isso que mudamos a prova! A ideia é garantir que todos os alunos do país consigam entrar na universidade.

Penso que as autoridades estão pensando e se manifestando equivocadamente. Ter curso superior já não é mais o diferencial. Isso, todo mundo tem.

Só tenho grandes dúvidas quanto ao andamento dos projetos de extensão e pesquisas das universidades federais, berço de grandes estudiosos e projetos científicos premiados. Para manter o padrão atual, as autoridades da educação terão que fomentar o espírito empreendedor, criativo e investigativo desses alunos que tiveram seu ingresso facilitado por meio do tal exame nacional. E, mais adiante, a longo prazo, o incentivo deverá ser para que eles realizem de maneira ideal suas teses de pós-graduação.

Será que não tem jeito de assemelhar a escola pública fundamental com a escola particular fundamental? Seria tão mais fácil, afinal, o tratamento será com crianças, sem os pré-conceitos e julgamentos presentes na cabeça de todo homem. Inserir novos e bons modelos a crianças é cuidar do futuro da humanidade. E no Brasil, fica evidente que o primeiro passo é rumo à educação.

É uma grande pena ver que o investimento está sendo feito lá no topo da arvore, quando deveriam estar cuidando da raiz, para possibilitar um crescimento de sucesso para todos os tipos de sementes, independente de sua origem, sua flor e seu futuro fruto.

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