quarta-feira, 1 de julho de 2009

O diploma de jornalista

Mais uma vez, as autoridades eleitas para representar o povo brasileiro adotam uma medida que parece estar em desacordo com a opinião pública. E olhem que a consideração feita foi justificada com base na liberdade de expressão e em permitir que todos possam exercer o seu direito de opinar. Mas não perguntaram a opinião de muita gente, oito pessoas bastaram.

A partir de 17 de junho de 2009, o Supremo Tribunal Federal definiu como ato inconstitucional a exigência do diploma de jornalista para aqueles que atuam ou desejam atuar na área. Digo, desejam atuar, porque existem milhares de estudantes de jornalismo em todo o país que estão se preparando, há alguns anos, em instituições públicas e privadas de ensino, adquirindo teorias e técnicas para praticar a profissão com excelência, além de experiências em estágios e em laboratórios altamente qualificados, tudo com o objetivo único de se tornar jornalista, por direito e papel passado. Vale lembrar que são muitos os obstáculos pelos 4 ou 5 anos de graduação: estágios não-remunerados, altos valores de mensalidades... mas para aquele que é amante da arte de noticiar, isso não desanima.

O que desanima mesmo é o sujeito que passa por todos os percalços durante o seu curso de graduação e chega aos últimos semestres com a notícia de que tudo aquilo não é mais necessário. Para ser jornalista basta gostar de informar. Esse é o novo perfil. Não é preciso saber as teorias da comunicação, saber sobre as influências da Escola de Frankfurt e o como a “bala mágica” atinge as pessoas, ou ainda ter vivência em estúdios de rádio, TV e passar por disciplinas que exigem a prática em todas as áreas. Agora basta somente, saber se expressar bem. Se falar bem na frente das pessoas então, nasceu pra ser jornalista! E onde será que entrará a ética jornalística?

Surpreendente como uma profissão tão conceituada diante da sociedade está sendo completamente desvalorizada. São profissionais de alta responsabilidade social, cobertos de interesses públicos que estão sendo confundidos e desqualificados. Cabe a todos aqueles profissionais, de qualquer área, independente do curso que se graduaram, por todo o tempo que passaram dentro de uma instituição de educação, reagirem, para garantir que a qualidade da informação seja mantida, assim como a dignidade e ética na formação da opinião prevaleçam.

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